A história começa com um homem que fica cego no meio do trânsito, e outro ajuda-o levando o cego para casa. Depois, aproveita-se da situação e rouba o carro dele; posteriormente ele também fica cego.
A cegueira que se alastra pela cidade toda (cenário belíssimo feito nas ruas de São Paulo), é diferente da normal, porque as pessoas passam a ver apenas um branco. Deste ponto dá para dissertar sobre a simbologia da cor e o fato dela representar a paz; mesmo a cegueira sendo um fato desesperador, ela começa a unir as pessoas, que não fazem a mínima idéia do que acontece.
Julliane Moore é a protagonista da história e a única pessoa que não fica cega. Isto é em uma primeira impressão fantástico, mas após o seu marido ficar cego e ela decidir ficar ao seu lado, a visão será o seu fardo. O problema começa a aumentar quando o governo passa a colocar as pessoas com a suposta doença em quarentena, dentro de um enorme galpão cercado por militares; e é para esse lugar que o casal vai.
No início, as pessoas enclausuradas no galpão tentam se ajudar, havendo uma correta divisão da comida entre os 'doentes'. O problema aumenta quando começa a disputa por comida pelas áreas, dominadas pela "Ala 3" e seu 'rei', estrelado por Gabriel Garcia Marquez.
O filme direciona uma reflexão que vai além do fato de que a visão é extremamente necessária para nossa sobrevivência no mundo físico exterior, e ultrapassa também o pensamento de concientização perante a possibilidade de tamanha catastrofe. A história revela os sentimentos do ser humano (principalmente o de desespero) diante o caos social: a visão representa o significado do mundo e da vida, e consequentemente os pilares que delas decorrem, como a moral e a integridade. A ausência desse sentido leva o homem à sua condição animal, instintiva, na qual ele mesmo não pode controlar seus desejos e necessidades.
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