quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O labirinto




O rei dos magos (David Bowie) ouve os pedidos de Sarah, uma adolescente que enfrenta a revolta de morar com o pai e a madrasta, e ter de cuidar do irmão recém chegado. Sarah deseja que o irmão suma, e o rei dos magos o leva para seu castelo. Desesperada, Sarah vai atrás da criança, mas para encontrá-la deve atravessar um enorme labirinto cheio de segredos, armadilhas e ilusões. Será que Sarah conseguirá alcançar o irmão antes que ele vire um duende? Ela conseguirá ultrapassar barreiras como portas falantes e o poço do fedor eterno? Será que ela atenderá também o desejo do rei mago, que no fundo é apaixonado por ela e quer aprisioná-la? Vale a pena o mergulho no mundo fantástico da criatividade: David Bowie nunca esteve tão mítico quanto no papel deste filme. Esta é uma pérola para ser guardada entre os clássicos.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

O novo vem do velho


5 X FAVELA, AGORA POR NÓS MESMOS
DIREÇÃO: Cacau Amaral, Luciana Bezerra e outros
PRODUÇÃO: Brasil, 2010
COM: Vitor Carvalho, Márcio Vitor


O projeto veio de experiências realizadas nas oficinas de cinema das comunidades no Rio, Cacá Diegues, antigo diretor de cinema, idealizador do projeto que resultou no filme e também do Cinema Novo. Para a realização do filme são cinco episódios contados pelos diretores das pessoas da própria comunidade.
Foi um filme diferente de Cidade de Deus e Tropa de Elite pois não é um filme sobre a favela contado por diretores e atores da classe média e sim por pessoas que realmente vivem aquelas situações.
Para quem gosta de filme brasileiro e realidade social esse filme é um grande exemplar, pois realmente mostra algumas diferenças e o dia a dia das pessoas menos favorecidas.

A história desse menino é a que tem uma amiga que mora em uma favela diferente da sua, ele gosta dela, mas não a acompanha pois tem medo de entra na sua área pois tem medo de ser morto, mas um dia ele tem que buscar uma pipa que caiu lá e ele vai. Quando vê que lá não é tão assustador quanto pensava ele toma coragem e vai até a casa dela.


 O casal da foto se conhecia desde criança, ainda havia um outro amigo, que agora é policial. Os dois se separam do tercveiro amigo pois, em uma chuva a casa dele escorrega e sua mãe morre e então ele vai morar com a irmã dela.

São histórias como essas que acontecem todo dia nas comunidades mas a maioria das pessoas nãso conhecem, ou apenas tem a visão contaminada pela classe social.

domingo, 19 de setembro de 2010

Chicago


Velma Kelly (Catherine Zeta-Jones) é uma famosa vedete que dança ao lado de sua irmã; ao pega-la tendo relações com seu marido, Velma assassina ambos e é condenada à prisão, ao lado de uma seleta lista de assassinas de Chicago.
Enquanto isso, Roxie Heart (Renée Zellweger), uma aspirante à cantora apaixonada pelos palcos sonha com glamour e fama, assassina o homem que mantinha um caso em uma briga.
Billy Flynn (Richard Gere) é um advogado que cuida da ala das assassinas e busca sempre tirar proveito das situações, explorando seus casos com a audiência da mídia.
As duas dançarinas encontram-se na cadeia, e após Velma esnobar
Roxie, esta consegue primeiro lugar na defesa de Billy. Após as duas saírem da cadeia e serem esquecidas pela fama, Velma se arrepende e pede para Roxie fazer uma dupla de apresentação com ela.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Saneamento Básico



Linha de Cristal, uma pequena vila de descendentes de colonos italianos, precisa urgentemente de tratamento de esgoto. Os moradores reúnem uma comisão para tratar do assunto, e fazer o pedido de uma fossa para a subprefeitura; a secretária de lá reconhece a necessidade da obra, mas diz que não há a verba disponível. Vendo o desespero dos moradores, a secretária informa que a prefeitura possui quase R$ 10 mil para a produção de um vídeo. Nesse momento, Fernanda Torres como personagem principal tem a idéia de fazer um filme, que tem de ser de ficção. Os moradores reúnem-se para montar o filme, na esperança de conseguirem a verba para arrumar o esgoto da cidade.

domingo, 5 de setembro de 2010

Casa de Areia




O filme Casa de Areia é uma metáfora para a mudança de percepção do mundo que todo o ser humano sofre constantemente. Quando começamos a ter consciência dos fatos, suas conseqüências e implicações e com o outro. Surgem os amores, a descoberta da efemeridade do tempo, e o quanto nos falta para fazermos tudo que queremos.
Inicialmente, Áurea (Fernanda Torres) e sua mãe D. Maria (Fernanda Montenegro), estão viajando rumo aos lençóis maranhenses. Áurea segue o marido, na promessa de uma terra boa para morar.
Quando chegam ao local deparam-se com o nada cercado pelas dunas de areia. Áurea entra em choque, pois sabe que está condenada a uma vida estática, na sombra de seu marido. Áurea pari e cria uma filha no mesmo local, e depois de muito tempo encontra a possibilidade de sair daquele lugar sufocante após a morte de seu marido.
A perspectiva das três mulheres e gerações muda quando Áurea tem um amor passageiro, mais muito intenso. O filme vale para uma longa reflexão sobre o valor da vida.

sábado, 28 de agosto de 2010

Resident Evil 4 – Recomeço


EUA - 2010


Direção e roteiro: Paul W.S. Anderson
Elenco: Milla Jovovich, Ali Larter, Kim Coates e Shawn Roberts

Depois do desenho Shrek, agora é a vez de outra franquia cinematográfica chegar ao seu quarto capítulo. Neste Resident Evil 4, mais uma vez conduzido pelo diretor Paul WS Anderson (o mesmo do filme Pandorum), sobram explosões, tiros, fuzis... e faltam emoção e suspense.


Um rápido trecho é narrado por Alice (Milla Jovovich) e tenta introduzir à trama aqueles que não viram nenhum filme da série, contando todo aquele blá-blá-blá sobre a Umbrella e o T-Tírus. Na sequência seguinte, a heroína (ou melhor, vários clones dela) invade uma base no Japão com o ideal de assassinar o presidente da corporação Umbrella, Albert Wesker (Shaw Roberts). Wesker escapa, só que antes aplica um soro que neutraliza os poderes de Alice.
Tempos depois, a protagonista está no Alasca procurando um porto seguro chamado Arcádia, totalmente livre dos zumbis. Ela não encontra nada e através de gravações começa a sentir que é a única humana sobrevivente no planeta. Andando por uma praia encontra Claire Redfield (Ali Larter, mais conhecida como a personagem Niki Sanders da série de TV Heroes). A jovem tem a memória danificada e está possuída por um equipamento conectado em seu peito.
Lógico que nada é obstáculo para Alice, que remove o dispositivo de sua amiga. E se o longa anterior mostrou Las Vegas devastada, agora é a vez de ver como ficou Los Angeles após o apocalipse. Na cidade dos anjos, encontram um grupo que pede ajuda sobre o telhado de uma prisão e observam um rapaz encarcerado chamado Chris (Wentworth Miller) que mais tarde se revela irmão de Claire. A dúvida (se é que ela existe) é como conseguir sair daquele lugar com uma multidão de mortos-vivos cercando todos os cantos...


É difícil negar, mas é evidente que há o fato de quem não é um aficionado da série (adaptada do videogame de mesmo nome) pode começar a se perder por causa quantidade de ideias que se repetem nos quatro episódios – ou seja, basicamente são todas aquelas cenas recheadas de ação e aventura que parecem copiadas da trilogia Matrix. Aliás, há outros trechos que parecem ter sido inspiradas de outros longas, como por exemplo aquele no qual Alice se joga de um terraço com uma corda amarrada na cintura fugindo de uma explosão (lembra Duro de Matar).
Numa rápida definição, neste quarto Resident Evil mais uma vez os fãs irão gostar de ver exércitos de zumbis voando aos pedaços. Mas provavelmente só eles.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Uma Noite em 67





Com: Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso , Edu Lobo, Roberto Carlos e Sérgio Ricardo




Um festival de música popular brasileira nos anos 60 era muito mais do que só canções, cantores e melodias. Com a ditadura forte como nunca por aqui, a explosão do rock lá fora (com a turma de Beatles e Rolling Stones) e o aparecimento na mesma época de tantos artistas que marcariam gerações brasileiras, Uma Noite em 67 (Videofilmes/Rede Record) foi uma baita de uma noite.
O documentário retrata todos os detalhes daquele 21 de outubro de 1967, quando a Rede Record realizou no Teatro Paramount (SP) o 3° Festival de Música Brasileira. O que era para ser um simples programa de TV, com preocupações normais com audiência e produção, acabou se tornando um marco na música brasileira.
No mesmo palco, competindo, estavam Roberto Carlos, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque, Edu Lobo, Sérgio Ricardo e Os Mutantes. O que estava em disputa não era apenas o primeiro lugar no festival, mas sim os rumos da própria música nacional. De um lado estavam Caetano e Gil com suas ideias inovadoras e tropicalistas, usando guitarras e a força do rock. Eles batiam de frente com a turma mais conservadora e purista, que dizia que guitarra era coisa de gringo e a música brasileira não poderia ser contaminada por isso. Correndo por fora havia a turma jovem da Jovem Guarda e do iê-iê-iê e um Chico Buarque que confessa no filme ter se sentido sozinho no meio de tudo isso.
Com imagens da época misturadas aos depoimentos de hoje daqueles que participaram, Uma Noite em 67 é o retrato de uma geração musical nunca antes visto no Brasil. São detalhes, músicas, bastidores e até mesmo uma autocrítica dos músicos que ajudaram a transformar melodias e harmonias nacionais em um ícone do país em todo mundo. Desde o organizador do evento – dizendo que ele via o festival como uma novela onde era preciso ter o mocinho, o bandido, o pai da noiva – a jurados – confessando que foram idiotas por participar de uma marcha contra a guitarra elétrica – o documentário mostra todos os personagens daquela mítica noite, inclusive o público ativo e um tanto quanto intolerante não se atendo somente aos músicos.
E há também Caetano Veloso, ao violão, tentando hoje se lembrar como se tocava “Alegria, Alegria”; Chico Buarque sentindo saudade da beleza da juventude e esboçando a letra de “Roda-Viva”; Gilberto Gil confessando o ataque de pânico que teve antes de entoar “Domingo no Parque”; e Sérgio Ricardo dizendo que não se arrependeu de ter brigado com o público e quebrado um violão em um ataque de fúria.
Hoje praticamente não importa mais qual canção saiu em primeiro ou ficou em quinto lugar naquele festival, mas sim que toda a música brasileira saiu ganhando. E com certeza nunca mais foi a mesma.


domingo, 15 de agosto de 2010

[REC]2 - Possuídos


Espanha – 2010
Direção: Jaume Balagueró e Paco Plaza
Elenco: Manuela Velasco, Ferran Terraza, Jonathan Mellor

[REC]2 começa exatamente onde o primeiro terminou. Neste, uma equipe é enviada para recolher amostras de sangue dos infectados, para produzir uma cura.
Os vídeos são feitos através das câmeras instaladas nos capacetes dos agentes e mais uma vez sentimos os efeitos claustrofóbicos daquele maldito prédio escuro.
Embora desta vez o grupo seja um esquadrão tático do exército e esteja indo à uma missão, são mais despreparados que o grupo de bombeiros do primeiro filme. Não que eu seja um primor de inteligência, mas se tivesse aquelas armas na mão não ia ter conversinha com zumbi! Era tiro na cabeça primeiro e conversa depois! Dá até raiva ver os caras praticamente se oferecendo de bandeja!
E a história dessa vez, deixa de ser simplesmente sobre uma infestação zumbi e passa a ganhar uma história um pouco mais aprofundada e descobrimos as origens desta infestação (que deixou os expectadores do primeiro filme extremamente curiosos). Ponto para os roteiristas, que começaram a desvendar os mistérios e satisfazer o desejo dos fãs.
Mas…
Pode sair pela culatra se a história não ficar bem amarrada! Fãs de filmes de zumbis, em sua maioria, não estão muito interessados na origem do problema. Eles gostam mesmo é de ver a coisa pegando fogo, o desespero, o apocalipse e vez ou outra um amish mudo com uma foice gigante!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Nos tempos da brilhantina



A volta à escola nunca foi tão empolgante para Sandy (Olivia Newton-John): após ter um amor de verão em uma viagem, ela reencontra o galã na mesma escola para qual se mudou. Apaixonada, ela cria expectativas por Danny (John Travolta), o líder da gang dos T-birds que são rebeldes. Sandy estranha a postura de Danny, que logo irá mudar de atitude ao perceber que também está apaixonado. Essa é para relembrar os tempos da brilhantina!

Dançando no Escuro


Ano: 2000
Direção e roteiro: Lars Von Trier
Elenco: Björk
Catherine Deneuve
David Morse
Conheci o trabalho de Lars von Trier assistindo a sua obra mais “popular”, Dogville, primeira parte de uma trilogia sobre os Estados Unidos. Fiquei impressionado com o que vi e foi inevitável que eu procurasse os antigos trabalhos do diretor.
Dançando no Escuro se passa em 1964 e conta a história de Selma, interpretada por Björk, imigrante do Leste Europeu que vai para os Estados Unidos acompanhada de seu filho. Portadora de uma doença hereditária que a deixará cega em pouco tempo, Selma trabalha dia e noite com um só objetivo: poder pagar uma cirurgia para o filho, que sofre do mesmo mal. A paixão por filmes musicais torna-se a única válvula de escape da pobre moça em sua vida tão difícil
A produção intercala o eixo narrativo principal com números musicais, que são devaneios da personagem central. Mesmo em momentos de extrema tensão, Selma se aliena do que está a sua volta e brilha em grandiosos espetáculos imaginários, muito bem realizados pela atriz principal e pelo diretor. As coreografias estão bem feitas e as músicas são primorosas, contando com o toque especial da harmoniosa e pungente voz de Björk.
A cantora está simplesmente perfeita no papel. Encarna a personagem mantendo-se verossímil do começo ao fim, encantando e comovendo o público. Revela-se uma artista completa: além de ter uma voz singular, provou ser uma brilhante atriz, o que lhe rendeu o Globo de Ouro e um prêmio em Cannes. Sem dúvida, merecidos.
A direção de Lars von Trier se priva de tecnologia. O longa-metragem foi filmado em câmera digital, pelas mãos do próprio diretor. Ainda assim, tem uma bela fotografia, especialmente nas cenas dos espetáculos. Por ser longo e com pouca ação, Dançando no Escuro exige certa paciência do público. É denominado um filme de arte, ou seja, a maioria das pessoas o acha enfadonho.
A crítica aos Estados Unidos é clara na película. Selma, que foi para o país em busca de uma solução para seu problema, é explorada e acaba tendo um fim trágico. Poucos não irão se revoltar e se comover com a história, que é triste em um nível não visto em produções hollywoodianas. Trier é impiedoso com a personagem central, assim como a América é com os que se aventuram lá.

Uma história imperdível da realidade dura e cruel contrapondo-se à felicidade romântica das fantasias. Bonita obra, que há de ser apreciada pelos adoradores do bom cinema.