sábado, 28 de agosto de 2010

Resident Evil 4 – Recomeço


EUA - 2010


Direção e roteiro: Paul W.S. Anderson
Elenco: Milla Jovovich, Ali Larter, Kim Coates e Shawn Roberts

Depois do desenho Shrek, agora é a vez de outra franquia cinematográfica chegar ao seu quarto capítulo. Neste Resident Evil 4, mais uma vez conduzido pelo diretor Paul WS Anderson (o mesmo do filme Pandorum), sobram explosões, tiros, fuzis... e faltam emoção e suspense.


Um rápido trecho é narrado por Alice (Milla Jovovich) e tenta introduzir à trama aqueles que não viram nenhum filme da série, contando todo aquele blá-blá-blá sobre a Umbrella e o T-Tírus. Na sequência seguinte, a heroína (ou melhor, vários clones dela) invade uma base no Japão com o ideal de assassinar o presidente da corporação Umbrella, Albert Wesker (Shaw Roberts). Wesker escapa, só que antes aplica um soro que neutraliza os poderes de Alice.
Tempos depois, a protagonista está no Alasca procurando um porto seguro chamado Arcádia, totalmente livre dos zumbis. Ela não encontra nada e através de gravações começa a sentir que é a única humana sobrevivente no planeta. Andando por uma praia encontra Claire Redfield (Ali Larter, mais conhecida como a personagem Niki Sanders da série de TV Heroes). A jovem tem a memória danificada e está possuída por um equipamento conectado em seu peito.
Lógico que nada é obstáculo para Alice, que remove o dispositivo de sua amiga. E se o longa anterior mostrou Las Vegas devastada, agora é a vez de ver como ficou Los Angeles após o apocalipse. Na cidade dos anjos, encontram um grupo que pede ajuda sobre o telhado de uma prisão e observam um rapaz encarcerado chamado Chris (Wentworth Miller) que mais tarde se revela irmão de Claire. A dúvida (se é que ela existe) é como conseguir sair daquele lugar com uma multidão de mortos-vivos cercando todos os cantos...


É difícil negar, mas é evidente que há o fato de quem não é um aficionado da série (adaptada do videogame de mesmo nome) pode começar a se perder por causa quantidade de ideias que se repetem nos quatro episódios – ou seja, basicamente são todas aquelas cenas recheadas de ação e aventura que parecem copiadas da trilogia Matrix. Aliás, há outros trechos que parecem ter sido inspiradas de outros longas, como por exemplo aquele no qual Alice se joga de um terraço com uma corda amarrada na cintura fugindo de uma explosão (lembra Duro de Matar).
Numa rápida definição, neste quarto Resident Evil mais uma vez os fãs irão gostar de ver exércitos de zumbis voando aos pedaços. Mas provavelmente só eles.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Uma Noite em 67





Com: Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso , Edu Lobo, Roberto Carlos e Sérgio Ricardo




Um festival de música popular brasileira nos anos 60 era muito mais do que só canções, cantores e melodias. Com a ditadura forte como nunca por aqui, a explosão do rock lá fora (com a turma de Beatles e Rolling Stones) e o aparecimento na mesma época de tantos artistas que marcariam gerações brasileiras, Uma Noite em 67 (Videofilmes/Rede Record) foi uma baita de uma noite.
O documentário retrata todos os detalhes daquele 21 de outubro de 1967, quando a Rede Record realizou no Teatro Paramount (SP) o 3° Festival de Música Brasileira. O que era para ser um simples programa de TV, com preocupações normais com audiência e produção, acabou se tornando um marco na música brasileira.
No mesmo palco, competindo, estavam Roberto Carlos, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque, Edu Lobo, Sérgio Ricardo e Os Mutantes. O que estava em disputa não era apenas o primeiro lugar no festival, mas sim os rumos da própria música nacional. De um lado estavam Caetano e Gil com suas ideias inovadoras e tropicalistas, usando guitarras e a força do rock. Eles batiam de frente com a turma mais conservadora e purista, que dizia que guitarra era coisa de gringo e a música brasileira não poderia ser contaminada por isso. Correndo por fora havia a turma jovem da Jovem Guarda e do iê-iê-iê e um Chico Buarque que confessa no filme ter se sentido sozinho no meio de tudo isso.
Com imagens da época misturadas aos depoimentos de hoje daqueles que participaram, Uma Noite em 67 é o retrato de uma geração musical nunca antes visto no Brasil. São detalhes, músicas, bastidores e até mesmo uma autocrítica dos músicos que ajudaram a transformar melodias e harmonias nacionais em um ícone do país em todo mundo. Desde o organizador do evento – dizendo que ele via o festival como uma novela onde era preciso ter o mocinho, o bandido, o pai da noiva – a jurados – confessando que foram idiotas por participar de uma marcha contra a guitarra elétrica – o documentário mostra todos os personagens daquela mítica noite, inclusive o público ativo e um tanto quanto intolerante não se atendo somente aos músicos.
E há também Caetano Veloso, ao violão, tentando hoje se lembrar como se tocava “Alegria, Alegria”; Chico Buarque sentindo saudade da beleza da juventude e esboçando a letra de “Roda-Viva”; Gilberto Gil confessando o ataque de pânico que teve antes de entoar “Domingo no Parque”; e Sérgio Ricardo dizendo que não se arrependeu de ter brigado com o público e quebrado um violão em um ataque de fúria.
Hoje praticamente não importa mais qual canção saiu em primeiro ou ficou em quinto lugar naquele festival, mas sim que toda a música brasileira saiu ganhando. E com certeza nunca mais foi a mesma.


domingo, 15 de agosto de 2010

[REC]2 - Possuídos


Espanha – 2010
Direção: Jaume Balagueró e Paco Plaza
Elenco: Manuela Velasco, Ferran Terraza, Jonathan Mellor

[REC]2 começa exatamente onde o primeiro terminou. Neste, uma equipe é enviada para recolher amostras de sangue dos infectados, para produzir uma cura.
Os vídeos são feitos através das câmeras instaladas nos capacetes dos agentes e mais uma vez sentimos os efeitos claustrofóbicos daquele maldito prédio escuro.
Embora desta vez o grupo seja um esquadrão tático do exército e esteja indo à uma missão, são mais despreparados que o grupo de bombeiros do primeiro filme. Não que eu seja um primor de inteligência, mas se tivesse aquelas armas na mão não ia ter conversinha com zumbi! Era tiro na cabeça primeiro e conversa depois! Dá até raiva ver os caras praticamente se oferecendo de bandeja!
E a história dessa vez, deixa de ser simplesmente sobre uma infestação zumbi e passa a ganhar uma história um pouco mais aprofundada e descobrimos as origens desta infestação (que deixou os expectadores do primeiro filme extremamente curiosos). Ponto para os roteiristas, que começaram a desvendar os mistérios e satisfazer o desejo dos fãs.
Mas…
Pode sair pela culatra se a história não ficar bem amarrada! Fãs de filmes de zumbis, em sua maioria, não estão muito interessados na origem do problema. Eles gostam mesmo é de ver a coisa pegando fogo, o desespero, o apocalipse e vez ou outra um amish mudo com uma foice gigante!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Nos tempos da brilhantina



A volta à escola nunca foi tão empolgante para Sandy (Olivia Newton-John): após ter um amor de verão em uma viagem, ela reencontra o galã na mesma escola para qual se mudou. Apaixonada, ela cria expectativas por Danny (John Travolta), o líder da gang dos T-birds que são rebeldes. Sandy estranha a postura de Danny, que logo irá mudar de atitude ao perceber que também está apaixonado. Essa é para relembrar os tempos da brilhantina!

Dançando no Escuro


Ano: 2000
Direção e roteiro: Lars Von Trier
Elenco: Björk
Catherine Deneuve
David Morse
Conheci o trabalho de Lars von Trier assistindo a sua obra mais “popular”, Dogville, primeira parte de uma trilogia sobre os Estados Unidos. Fiquei impressionado com o que vi e foi inevitável que eu procurasse os antigos trabalhos do diretor.
Dançando no Escuro se passa em 1964 e conta a história de Selma, interpretada por Björk, imigrante do Leste Europeu que vai para os Estados Unidos acompanhada de seu filho. Portadora de uma doença hereditária que a deixará cega em pouco tempo, Selma trabalha dia e noite com um só objetivo: poder pagar uma cirurgia para o filho, que sofre do mesmo mal. A paixão por filmes musicais torna-se a única válvula de escape da pobre moça em sua vida tão difícil
A produção intercala o eixo narrativo principal com números musicais, que são devaneios da personagem central. Mesmo em momentos de extrema tensão, Selma se aliena do que está a sua volta e brilha em grandiosos espetáculos imaginários, muito bem realizados pela atriz principal e pelo diretor. As coreografias estão bem feitas e as músicas são primorosas, contando com o toque especial da harmoniosa e pungente voz de Björk.
A cantora está simplesmente perfeita no papel. Encarna a personagem mantendo-se verossímil do começo ao fim, encantando e comovendo o público. Revela-se uma artista completa: além de ter uma voz singular, provou ser uma brilhante atriz, o que lhe rendeu o Globo de Ouro e um prêmio em Cannes. Sem dúvida, merecidos.
A direção de Lars von Trier se priva de tecnologia. O longa-metragem foi filmado em câmera digital, pelas mãos do próprio diretor. Ainda assim, tem uma bela fotografia, especialmente nas cenas dos espetáculos. Por ser longo e com pouca ação, Dançando no Escuro exige certa paciência do público. É denominado um filme de arte, ou seja, a maioria das pessoas o acha enfadonho.
A crítica aos Estados Unidos é clara na película. Selma, que foi para o país em busca de uma solução para seu problema, é explorada e acaba tendo um fim trágico. Poucos não irão se revoltar e se comover com a história, que é triste em um nível não visto em produções hollywoodianas. Trier é impiedoso com a personagem central, assim como a América é com os que se aventuram lá.

Uma história imperdível da realidade dura e cruel contrapondo-se à felicidade romântica das fantasias. Bonita obra, que há de ser apreciada pelos adoradores do bom cinema.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Águas Agitadas (DeUsynlige)


Ano: 2008
- Estreia nacional: 19 de Agosto de 2010
País: Noruega
Género: Drama
Duração: 115 min.
Com: Pål Sverre Valheim Hagen, Trine Dyrholm, Ellen Dorrit Petersen

O último dia na prisão de Jan Thomas começa com um mergulho em água fervente e um espancamento por parte dos seus colegas de cadeia. Mas até pode considerar uma sorte não ter sido pior, visto ter sido acusado de assassino de crianças – apesar de sempre ter se considerado inocente. Agora, Jan está em liberdade e tem uma segunda oportunidade para fazer alguma coisa com a sua vida. Organista dotado, arranja trabalho numa igreja de Oslo, onde o seu talento e boas maneiras rapidamente conquistam o respeito dos seus superiores. E também conquista o coração de Anna, a Pastora, e do seu pequeno filho, Jens. Jan decide não contar nada a Anna sobre o seu passado. Mas é esse passado que vem ter com ele: Agnes, uma professora, vem um dia à igreja numa visita de estudo, e reconhece o organista Jan Thomas, como o homem que foi condenado pela morte do seu filho…